domingo, 10 de fevereiro de 2013

Estrada



O vento sopra lá fora e eu tenho saudades!
Saudades tuas, tão frias tão cruas.
Da tua voz que me aqueceu nos instantes gélidos.
Das mãos que percorreram os meus cabelos.
Saudades do mau humor, dos ralhos sem sentido
do riso, do teu amor sem instante preciso.

O vento sopra lá fora e eu peço a Deus:
Que traga leveza na hora em que eu recordo o adeus.
Contudo: que se atreva a levar até ti a recordação.
Da minha existência, e quem sabe, uma pequena visão.

De tudo aquilo que foi, momentos, apenas momentos!
Que a vida constrói e logo a seguir destrói.
Sem medir sofrimentos. No uivar do vento a saudade...
Das nossas mãos enlaçadas, do nosso rosto cansado.
Da nossa empoeirada estrada.

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