sábado, 11 de fevereiro de 2012

Caminhada

Pensei na caminhada ideal
Mesmo que atrasada seja
Pensei, pensei e afinal
Nasceu uma quadra na bandeja

De um restolho seco em Agosto
Pisado pelos pés devagarinho
É assim que imagino o teu rosto
Colhendo no Natal azevinho

Ao momento juntei a ternura
De uma andorinha no ninho
Juntei também a frescura
De um cesto de fruta cheiinho

Do teu olhar adocicado
Que recordo com nostalgia
Tenho na memória guardado
O olhar do primeiro dia

Por fim as pontas juntei
Mas perdi no percurso o sentido
Das palavras que então guardei
Sussurradas de leve ao ouvido

Tudo para trás ficou
Tudo ou nada afinal
É que caminhadas são metas
Prescritas no momento actual

Separar o bem do mal
Assim o bom senso aconselha
Pois quase sempre o beiral
É o suporte da telha

Por agora vou terminar
Quadras a eito eu faço
Vou tentar resguardar
O lado bom do abraço

Apertado num instante
De dias felizes enfim
Quero acreditar que o presente
É uma curva com fim

Traçado ali adiante
No declive agastado
E que de agora avante
Seguiremos em passo acertado.

1 comentário:

  1. Por momentos ao deslizar o olhar consciente pelo poema, pensei estar diante da letra para um fado...

    Bom!

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