sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Imaginário


Hoje o dia aparenta ser tranquilo
Passei no largo da igreja estava vazio
O ar seco e tórrido afugenta passantes
Mas nada é como antes

Por detrás das portas fechadas a vida ruiu
Tantas as casas vazias, na tranquilidade aparente
Medito no agora restrito, solidão eminente
O meu pensamento por hora atraiu

Um pombo que esvoaça de pedra em pedra
Cinzento e branco, brancura que assemelha
As fachadas do casario baixo, a calçada envelhece
Nos beirais as teias de aranha envelhecem
A cidade adormecida no suão do verão
Estica-se ao sol e as portas permanecem
Fechadas, e se eu fechasse o coração
Se deixasse de pensar teria paz
Como? Pensarei por ventura
Que uma fria fechadura é a solução.
   
Hoje o dia aparenta ser tranquilo
A mim cabe a decisão de segui-lo
Não vendo, não sentido, evitar o vazio
Mas como se o vazio é propicio ao estio.

E o calor tem em mim efeito contrário
Como que por condão atiça o meu imaginário.

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