domingo, 28 de outubro de 2012

Sem falta



Sou espaço secundário
Sem falta ou valor, eu sou
Um negro mercenário
Que na tua vida entrou

Não tenho pensar
Utilidade ou nobreza
Acabarei por naufragar
A clara certeza

Por entre os destroços
Reconheço o meu espaço
Nem as penas dos pássaros
Aninham cansaço

No afastamento
Está a trave mestra
Sem entendimento
Mas que vida esta.

Fraco suplemento
Em horas vazias
De um casamento
Certezas tão frias.

domingo, 21 de outubro de 2012

Outono


Infinda cerração
Similar desânimo
Pardo espasmo
Em brejos infindos

A manhã em aflição
Convida a pernoitar
Ocasos paralelos
Um certo acomodar

Quase em degredo
Sussurro e lassidão
Nos dias de Outono
Possuída a chuva
Caí candidamente
No beiral dos dias.

Ampara a nostalgia
No cinzento do vestido
Através da vidraça
Pressinto a chuva fria.










segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Nós dois



Por entre a procura resido
Edificando a tua presença

Em sintonia amor
Como o céu e a terra
Ressonância e clamor
Por entre a palma da mão
Quem disse que a fria espera
Resfria o coração
 
Em busca contínua edifico
A razão do nosso crer

Não ser é aflição
Não ter é pertinência
Nós dois a conclusão
Do amor em efervescência